14 de agosto de 2011

Dia dos pais


Roberto Lima de Melo
Eu queria conseguir expor nesse texto ao menos um terço do que estou sentindo hoje.

Apesar de parecer um dia normal, afinal todo mundo tem um pai - exceto os filhos de Guaiamum, como dizia Chico Science – Mas, voltando ao cerne da questão, hoje não é, de forma alguma, um dia comum, mas como poderia? O meu pai não era tão comum assim.

A verdade é que, apesar de tudo, queria que ele ainda estivesse por aqui, VIVO, perto de mim, poderia até brigar comigo, juro que não iria ligar.

Há alguns anos este dia seria um dia daqueles de acordar cedo e, é claro, passar um pedaço da manhã com um friozinho chato na barriga até tomar coragem.

É, meu pai era um pouco assim, inconstante e eu nunca soube direito como me aproximar dele. Mas, vencidos os moinhos, valia à pena chegar lá e dá um abraço bem apertado nele, dizer que o amava e ouvir ele me chamando de "professor". Só Deus sabe como sofro por não ter mais isso. Queria poder fazer o tempo voltar só para poder acordar cedo e dizer sem cerimônia alguma...

... Feliz dia dos pais, Eu te amo!
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2 de agosto de 2011

Lançamento oficial do Documentário Os Invisíveis

Lançamento oficial do Documentário “Os Invisíveis: Animais de Tração e o Abandono de Cães e Gatos em Campina Grande”. O objetivo do filme é questionar a postura da sociedade em relação ao bem estar animal, bem como apresentar alternativas para solucionar o problema do abandono e da superpopulação de animais errantes.
O lançamento acontece nesta quinta-feira, 04 de agosto, no Opção Bar, localizado às margens do Açude Velho, a partir das 22 horas, com a participação especial da cantora Val Donato.
Sua presença é muito Importante.

Silvio Melo
8866-9695
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10 de janeiro de 2011

É preciso ser um brother?


A décima primeira edição do "Big Brother Brasil" vem repleta de novidades, pelo menos é o que diz a Globo. Mas antes de falar dos brothers quero destacar um trecho de um texto que já há algum tempo postei aqui no blog. Aí vai o link: http://silviojornalista.blogspot.com/2009/01/o-vai-e-vem-do-consumo.html “Em um contexto pós-moderno, nós passamos a experimentar situações que provavelmente não teríamos contato se não fosse o papel da mídia em nossas vidas”

A mídia, quase sempre a televisão, tem nos imposto situações e comportamentos que aparecem em quase tudo que vivemos. E o mais inusitado é que na maioria das vezes vivemos experiências cotidianas achando que elas são somente obra de nossos anseios, que nasceram de nossas mais profundas, reais e naturais necessidades. Ledo engano.

O fato é que de uma maneira ou de outra a grande mídia nos impõe padrões de beleza, de comportamento, etc. Ela dita até mesmo nossos ideais.

A garotinha aos 13 anos faz de tudo para parecer com a Sirí, do BBB7, para isso encara até o bisturi. O cara de 15 já está malhando feito louco para ficar sarado e como o Dourado, se precisar, pode ter certeza, ele vai recorrer aos anabolizantes.

Se você não tem a mesma aparência dos caras da TV, se não tem um carro do ano, dinheiro no bolso, se não toma guaraná antártica, celular com tecnologia 3G, se não tem lap top, se não tem toda a parafernália tecnológica anunciada durante as exibições do programa. Esqueça. Você é mais um dos “barrados no baile” como canta Edson Gomes (representante do reggae baiano).

Quantas pessoas estão vivendo sem anseios próprios, sem sonhos, quantas pessoas guiadas pelo Pânico na TV, Big Brother Brasil e todo o resto da programação (no pior sentido da palavra) dos canais abertos ou dos por assinatura, quantos estão se desiludindo com a vida?
Anorexia, bulimia, síndrome do pânico, fobias das mais diversas, suicídios, etc, etc, etc. Chega! Agora é hora de tomarmos nossas vidas de volta, é hora de vivermos nossos próprios sonhos e não os dos brothers da TV. Tornar solidas, outra vez, nossas relações, sejam elas amorosas ou fraternais. Que nossas experiências sejam frutos de nossas próprias vontades. Sei que não poderão ser totalmente livres de influencias externas, mas lutarei o máximo que puder por essa tal liberdade.

Eu não preciso ter o corpo igual ao brother que ganhou 1 milhão de reais, nem preciso ter o carro que apareceu na telinha da globo. Não dou a mínima para a opinião do Bial. Não gostaria de participar de todo aquele glamour, aquela badalação toda não me interessa. Os 15 minutos de fama não poderiam me fazer feliz. Eu não preciso ser um Brother.
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11 de outubro de 2010

O pequeno mundo de Daiênni




Ilustração -  Yuri Garfunkel (www.sopagrafix.com) - Texto: José Rezende Jr.

 
Ela tem nome estrangeiro, ainda que abrasileirado. Mas é brasileiríssima. Ou, como prefere: "uma brasileirinha". O diminutivo se aplica: Daiênni tem 23 anos e é pequenininha. A casa, então, é menor do que pequena: um único cômodo em que mal cabem a cama, o berço e a televisão, onde mora com o marido e dois filhos pequenos, Ádrian e Rodrigo. Pela casinha, que fica na periferia de Porto Alegre, circulam ainda cinco gatos miudinhos: Pirulito, Chumbinho, Mimi, Loli e Dudu. Mas que ninguém se engane com tantas pequenas coisas: Daiênni é uma brasileirona. Daquelas que crescem com a adversidade e não se deixam abater só porque um vírus metido a besta resolveu entrar na sua vida sem bater na porta.
Daiênni ignora quando e como contraiu o vírus. Soube que era soropositiva somente no último dia da gestação de Ádrian, que hoje tem quase dois anos. Primeiro, não quis acreditar. Depois, chorou, berrou, brigou consigo mesma. Por fim, rezou para que o filho nascesse sem o vírus. E Ádrian nasceu sem o vírus. Alívio, mas por pouco tempo: poucas horas depois do parto, uma enfermeira avisou que seu bebê precisava ir para a UTI. O mundo caiu pela segunda vez, mas também por pouco tempo. Foi engano: o recém-nascido em estado grave era outro; a dor seria de outra mãe.
Ádrian é uma criança saudável e brincalhona. Só não corre mais de lá pra cá porque na casa quase não há espaço entre o lá e o cá. Rodrigo, o irmão caçula, que veio um ano e meio depois, também vende saúde. Nem tanto pela sorte ou a graça da intervenção divina: é que na gravidez do mais novo, ao contrário da primeira, Daiênni tomou todos os cuidados preventivos. Assim, o vírus que ela e o marido carregam no corpo é menos assustador, porque pelo menos poupou os filhos.
Daiênni e o marido nunca se perguntaram quem contaminou quem. Até porque a discussão não levaria a nada, e quando se tem tão pouco é preciso economizar conflitos. Se ela não pode amamentar os filhos, sob o risco de acabar por contaminá-los, tenta não sofrer por causa disso. "O que não tem remédio, remediado está" parece ser sua filosofia de vida. A mesma regra vale para a precisão de viver longe dos filhos mais velhos, do primeiro casamento. Katlyn, 6 anos, e Dérike, 4, moram com a avó. Quando lhe perguntam se não sente falta dos dois, Daiênni responde em silêncio, apenas percorrendo com o olhar o único cômodo da casa. O que seus olhos querem dizer é que não falta amor, falta é espaço.
Para Daiênni, o vírus trouxe um efeito colateral inesperado: a reapro¬ximação com o pai, a quem só havia visto duas vezes, aos 7 e aos 13 anos de idade. Tão logo soube que a filha tinha aids, o pai a procurou e ofereceu ajuda. Não pode ajudar muito, é verdade, tem poucos recursos até para si próprio, mas o que vale é a intenção. E não há tempo nem espaço para ressentimentos, ainda que quando Daiênni era bebê o pai tenha tentado vendê-la a um casal estrangeiro. Tivesse a negociação sido bem sucedida, Daiênni não se chamaria Daiênni e viveria em outro país uma outra vida, talvez com direito a um quarto três ou quatro vezes maior que sua casa inteira – mas não teria o marido e os filhos que ama acima de qualquer conforto.
Daiênni gosta de escrever poesia, mas, por não saber inventar os pró¬prios versos, copia os que lhe parecem escritos para ela, sob encomenda, por algum poeta que ela encontra nos livros, quando encontra algum livro. Gosta também de sorrir, e sorri, e muito. Mas se existe uma coisa que a tira do sério – ou melhor, que tira dela o prazer de sorrir – esta coisa é o preconceito, que às vezes vem de onde menos se espera, às vezes da irmã que não deixa os filhos brincarem com os primos Ádrian e Rodrigo, mesmo sabendo que nenhum dos dois tem o vírus.
Por medo do preconceito, Daiênni, que trabalha como diarista, mantém o estado de saúde em segredo. O marido, servente de pedreiro com a carteira assinada há pouco tempo, também não conta para ninguém. Nem tanto pelo risco de serem olhados com desconfiança, mas por questão bem mais concreta: eles talvez perderiam seus empregos, e talvez não tivessem nem esta casa pequena para morar.
Daiênni não sonha grande. Deseja, acima de tudo, a família unida, os filhos saudáveis, o vírus para sempre adormecido. E, se possível, uma casa maior. Possível é: ela e o marido já até compraram os tijolos. Vão, de pouco em pouco, esticar as paredes e alargar as fronteiras do seu pequeno mundo. Para que Ádrian e Rodrigo corram livres, e a casa não seja mais tão pequena para abrigar tão grandes brasileirinhos.
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Xu-xu-xu, Xa-xa-xa, é o um jeito novo de criticar!


Uma pequena demonstração do conservadorismo da extrema direita. Supondo que uma mulher não pode ter sua filha, apenas pelo fato dessa mulher não estar casada, o então ministro da saúde, José Serra, fez uma declaração patética que, na verdade, é contra as mulheres.

No seu discurso cheio de farsa ele tentava nublar a história do Brasil, já que certamente bem sabe: as mães solteiras foram (e são) as grandes responsáveis pela criação e educação de parte substancial dos filhos deste nosso país.

Muitos e muitos homens preferem, certamente, fugir assim que se deparam com uma gravidez que, com toda certeza, ajudaram a produzir. Deixam tudo sobre os ombros da mulher e saem de fininho, como se não tivessem nada com o caso.

Isso é traço histórico: há um enorme número de mães solteiras desde sempre. Mulheres que não abrem mão de sua nobre maternidade. Dignas e bravas. Abandonadas pelo parceiro num momento crucial e difícil de suas vidas, seguem firmes.

Prova disso é a lei recente que obriga homens irresponsáveis e malandrões à pagarem pensão, sob pena de cadeia. Até pouquíssimo tempo, porém, eles não pagavam, não assumiam, não respondiam, continuavam engravidando quantas eles pudessem e ponto.

Está aí a base das idéias conservadoras e autoritárias contra a mulher. Não há montagens nem distorções no vídeo que segue: pra essa corrente de "pensamento" as mulheres devem se curvar aos mandos de quem sabe das coisas: ELES.

No caso da apresentadora Xuxa era uma mulher de sucesso e independência que, mesmo assim, enfrentou a fúria machista por desejar ser mãe mesmo sendo solteira.

Xuxa dá uma resposta digna e indignada:



Goste ou não da apresentadora, ninguém poderá negar o supremo direito de uma mulher ter filho. Ok, direito ela teve, já que o bebê veio. Mas é preciso ter também RESPEITO pela decisão das mulheres.

Ou...

1) Será que mulheres solteiras não podem "fazer amor", já que há sempre a possibilidade de gravidez, mesmo com os cuidados mais intensos?
2) Será que elas estariam proibidas de optarem por um ou mais filhos sem a supervisão do universo masculino dominante?
3)Ou será que Serra preferiria que, no caso da gravidez fora do casamento, as mulheres abortassem discreta e higienicamente?

Pense nesse tipo de autoritarismo. Ele está em voga na campanha eleitoral de 2010.
Está disfarçado, mas está aí! 
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8 de outubro de 2010

As linhas tortas do livro de Jó

Texto: José Rezende Jr.




20 de julho de 1989: Edeny está sentada na sala de casa, em São Mateus (Espírito Santo). Vê televisão como quem não vê, distraída, quando a notícia de última hora interrompe a programação: Lauro Corona acaba de falecer, vítima da aids. Mas, no lugar do ator, Edeny vê o rosto do irmão Edson, a quem carregou no colo como se fosse filho. Mas Edinho não tem aids. Ou tem? Será essa a explicação para as repetidas crises de pneumonia? Evangélica, Edeny interpreta a visão como um sinal do céu. E levaria os dois anos seguintes preparando-se para a notícia que afinal chegou com o telefonema de uma médica, amiga da família: Edinho tem aids. O céu estava certo.
Edinho tinha tudo para ser a quarta tragédia de uma família que nunca perdeu a fé, apesar de tantas vezes testada – como Jó, o paciente e fiel patriarca bíblico. Manoel e Dorvalita botaram nove filhos no mundo. José morreu com sete dias de vida, vítima justamente do mal de sete dias. Eulina, com pouco mais de um ano, por causa do sarampo. Erni teve, aos 3 anos de idade, a morte mais trágica. O pai guardava em casa gasolina, para o motor, e querosene, para a lamparina. Uma noite, cansado, trocou os combustíveis. A lamparina explodiu e Erni morreu queimada. Manoel arrastou a culpa até o leito de morte, mas nunca esmoreceu, como bom patriarca. E quando decidiu fazer da casa um hotelzinho simples, mandou pintar na fachada: Pensão Alegria.
Com a morte de Erni, o casal resolveu dar um tempo na procriação. Foram nove anos, até que se iniciasse a segunda leva de filhos. Edeny foi a caçula, até que chegou Edinho, o único a precisar de auxílio médico para nascer. A parteira não dava conta, e coube a Edeny, então com 6 anos, a tarefa de convocar o Dr. Péricles. Depois, montou plantão na porta fechada do quarto, ouvido colado à porta, olhos grudados no buraco da fechadura, até que os adultos descobrissem o logro e lhe impedissem a visão.
Edson era lindo, o bebê mais bonito que Edeny jamais vira em seis anos de vida. Nasceu com o cabelo tão grande que a mãe foi obrigada a cortar, para descobrir-lhe os olhos. Virou o bonequinho de Edeny, a quem cabia cuidar das roupinhas do caçula. E foi justamente a roupinha, enrolada em várias camadas, que amorteceu a queda e evitou o pior quando Edeny rolou escada abaixo com o recém-nascido no colo.
Os dois cresceram mais que irmãos: amigos. E foi por isso que Edeny chorou tanto ao receber o sinal do céu, em forma de notícia urgente na tevê. E foi por isso que dois anos depois, até o diagnóstico, e pelas duas décadas seguintes, passaria a viver como se tivesse uma espada sobre a cabeça.
Os médicos foram implacáveis: Edson tinha poucos meses de vida. Edeny e os familiares renovaram a fé, nas orações e nos medicamentos. Estavam mais uma vez sendo testados. Duplamente testados: além de tudo, o filho-irmão revelara-se homossexual; era portanto, à luz da doutrina, um pecador. Mas a religião que aponta o dedo para o pecador é a mesma que ensina a amar o pecador. Edinho decidiu deixar a igreja, mas foi amado como nunca. Contrariou os vereditos dos médicos e viveu meses, anos, duas décadas. Está vivo e bem. Sofreu com os efeitos colaterais dos medicamentos que lhe adoeceram o baço e o fígado e lhe roubaram o sono. Negou o tratamento por três vezes, mas voltou, graças sobretudo à persistência de Edeny. Quase morreu muitas vezes, a última quando surgiram os sarcomas. A salvação estava nos medicamentos importados dos Estados Unidos e Europa: US$ 2.500 por mês. A família recorreu à Justiça, mas a doença caminhava mais rápido que o processo. Edeny propôs venderem a casa, para custear o tratamento. Edinho não aceitou: “Se fizermos isso, deixaremos de ajudar aqueles que não podem pagar, e que dependem da minha vitória para abrir caminho”.
Os medicamentos chegaram a tempo, e Edinho abriu o caminho para os que não podiam pagar. Tornou-se voluntário: visita soropositivos de casa em casa. Conversa, transmite confiança, faz orações, ajuda a aplicar medicamentos injetáveis. Edeny muitas vezes o acompanha nessa jornada.
Edinho vive hoje com o companheiro. A igreja o recebeu de volta; em troca, ele e o homem que ama vivem em celibato. Por outro lado, o pastor que antes se referia à aids como “castigo” para os pecadores, hoje prefere termo mais brando: “consequência”.
Mas se a vida e o sofrimento ensinam, o que Edeny aprendeu nestas duas décadas sob o fio da espada? Sobretudo a aceitar diferenças e amar os diferentes. Hoje, quase não julga – e quando o faz é para refletir, entender, absolver. Ela sabe que o preço foi muito alto, e a pior parcela paga pelo irmão querido, mas afirma que todos cresceram na adversidade. Tornaram-se pessoas melhores.
Moral da história: depois de anos e anos frequentando a igreja e lendo a Bíblia, Edeny finalmente aprendeu a amar o próximo. E quem ensinou o verdadeiro sentido das palavras de Cristo foi um homem que amava outros homens, e que por isso foi chamado de pecador.
Como se Deus, de fato, escrevesse certo por linhas e mãos tortas.
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Jornais protestam contra Lei antirracismo na Bolívia

non-stop com O Globo

A maioria dos jornais bolivianos saiu nesta quinta-feira sem notícias na primeira página e apenas com breves declarações sobre a liberdade de expressão. A medida foi um protesto contra uma lei que será votada pelo Senado e, se aprovada, determinará o fechamento de meios de comunicação que divulguem mensagens racistas.

O protesto não teve efeito imediato entre os que propuseram a nova lei, incluindo a maioria de parlamentares governistas e o presidente Evo Morales, de origem indígena.

Em entrevista coletiva, Morales declarou nesta quinta que "chegou a hora de acabar com o racismo" e renovou as garantias à liberdade de expressão.

Proprietários de jornais e parte das organizações de jornalistas do país optaram pelo protesto quando a bancada governista no Senado anunciou que não previa suavizar as sanções aos veículos "racistas" contidas no projeto de lei aprovado previamente pela Câmara de Deputados.

Os únicos textos nas primeiras páginas dos jornais "La Prensa" e "El Diario" eram os dizeres "não existe democracia sem liberdade de expressão".

Já o "Página Siete" publicou uma breve justificativa de sua rejeição à lei antirracista.

É claro que uma lei como estas abre enormes "brechas" para a censura e , é claro, para sanções de cunho meramente político.

A verdade é que esses empresários da comunicação não estão preocupados com a liberdade de expressão propriamente ditas, eles estão morrendo de medo é de ganhar menos dinheiro.

Se a lei pretende unica e exclusivamente- o que eu acho muito difícil- inibir publicações racistas nas páginas dos jornais, tem é que ser votada mesmo. Melhor que fechar os jornais seria aplicar multas, acompanhadas de retratações com prejuízos financeiros que tornassem inviáveis qualquer publicação racista.

Contudo a liberdade de expressão não significa poder dizer/publicar, onde quer que seja tudo o que quiser,significa dizer tudo, porém sem desrespeitar ou oprimir minorias.
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8 de setembro de 2010

Do celular ao Próximo

“Em apenas um ano, o país ganhou mais de 7,5 milhões de novos donos de celulares. Entre os donos de aparelho, 51,7% são mulheres e 48,3% são homens” (Portal R7)

Vamos lembrar do período da Revolução Industrial, começou ali a era do consumo e da produção em massa. Milhões de unidades de tudo o que se possa imaginar, sendo produzidas diariamente nas fábricas ao redor do mundo.

E, para a máquina não emperrar, toda essa montanha de produtos deve ser escoada. Para fugir da recessão, fantasma do sistema capitalista, as pessoas precisam consumir. O consumo é o coração de todo o sistema. Sem consumo, e mais, sem consumo em níveis crescentes, o sistema capitalista, sendo bem claro, vai para as cucuias.

Como manter o consumo em níveis crescentes? De acordo com Bauman o “consumismo” é um tipo de arranjo social resultante da reciclagem de vontades, desejos e anseios humano rotineiros, permanentes, transformando-os na principal força que impulsiona a sociedade.

Na vida moderna tudo é agora, o mercado imputa nas mentes humanas a necessidade de sempre ter o que é novidade, o mais moderno e, é claro, o mais caro. Neste contexto a demora é o serial killer das oportunidades para o consumo. As coisas caem em desuso de um dia para o outro. Um dos grandes responsáveis por tudo isso é a convergência digital. Todo mundo quer ter um smart phone, um Ipad ou um netbook.

Sim, é verdade que na vida “agorista” dos cidadãos da era consumista o motivo da pressa, é em parte, o impulso de adquirir e juntar. Mas o motivo que torna a pressa de fato imperativa é a necessidade de descartar e substituir.

Ora, em uma sociedade em que tudo é descartável, inclusive, as pessoas, animais de estimação, amores, relações e valores, o fato de que o consumo, o mercado e a economia também girem em torno do descarte e da substituição, não é de surpreender ninguém.

PS.: Você pode ser o próximo a ser substituído. CUIDADO!
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5 de setembro de 2010

O Mito da Caverna

“Os 33 mineiros presos no norte do Chile fizeram neste sábado (4) a primeira videoconferência em tempo real com seus familiares desde 5 de agosto.

Cada minerador conversou por cerca de um minuto com seus familiares. Graças a um sistema de comunicação de fibra óptica, as famílias puderam ver e ouvir os trabalhadores. Já no interior da mina, os interlocutores soterrados só puderam ouvir as palavras que chegavam do exterior" (portal G1)

Não é novidade para ninguém. O homem, por natureza, é um ser social. Além disso, o homem já nasce como membro de um pequeno grupo, a família. Depois passa a pertencer a outros grupos: amizade, vizinhança, escola, igreja.

A vida social em grupos e em sociedade, tanto do ponto de vista social, como do ponto de vista biológico, é condição de sobrevivência da espécie humana.

O homem vivendo em sociedade forma e desenvolve sua personalidade; é assim que a cultura é criada e, através dela, ele satisfaz suas necessidades.

Neste domingo, completa-se um mês desde que o desmoronamento soterrou os 33 mineradores (32 chilenos e um boliviano) a quase 700 metros debaixo da terra, na mina de cobre e ouro San José. É provável que eles permaneçam ali, nas profundezas da terra, por mais dois ou três meses.
Quantos de nós aguentaria ficar longe das pessoas com as quais estamos habituados a conviver? É duro ficar sem aquelas pessoas que escolhemos manter por perto.

Guardadas as devidas proporções, seria como ficar três ou quatro meses trancados em uma redação de TV, em um escritório, atrás do balcão de uma lanchonete e pior, rodeados de colegas de trabalho.

Vamos combinar, é bem possível que você goste e até admire seus companheiros de labuta. O problema é continuar gostando deles dentro de um lugar escuro, apertado, com pouco ar, sob 700 metros, com o risco iminente de ser soterrado e mais, isolado da realidade.

É claro que agora a principal meta deles deve ser a vida biológica. Mas a vida social interrompida repentinamente pode trazer muitos prejuízos. É como se os mineradores estivessem vivendo o Mito da Caverna, narrado por Platão no livro A República.

Por um minuto cada um deles pode falar com familiares, mas é evidente que é impossível, a partir disso, perceber a nova realidade do mundo lá fora, se não apenas as sombras dela, afinal, lá fora as vidas continuaram sendo vividas, mesmo sem eles.

Quando saírem do isolamento esses mineiros irão se deparar com a verdade essencial das coisas. Eles suportarão?
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16 de julho de 2010

José Serra sugere ter amantes com discrição e reduzir impostos para evitar suicídios

por Jorge Furtado

O despreparo político, emocional e intelectual de José Serra é preocupante, é um alívio que tenha poucas chances de ser eleito presidente.

Politicamente, Serra é um desastre, capaz de trapalhadas fantásticas como a indicação de Alvaro Dias para vice e a rendição, no dia seguinte, aos caciques do DEM, que impuseram um ilustre desconhecido para o segundo cargo mais importante do país. Na remota hipótese da eleição do tucano e num seu eventual impedimento, o Brasil poderia acordar presidido por Índio da Costa, sobre quem só se conhece o envolvimento em maracutaias da merenda escolar carioca. Indio também foi vendido pela mídia serrista como “o relator do projeto ficha limpa”, mas era mentira, mais uma para a lista.

Emocionalmente, Serra é um destemperado, muito agressivo com jornalistas, especialmente com as mulheres. São numerosos os exemplos, todos disponíveis na internet, de suas agressões grosseiras aos repórteres que o entrevistam. Ao mesmo tempo, Serra é capaz de fazer constrangedores galanteios a uma repórter bonita que o entrevistava sobre a tragédia da enchente paulista, onde morreram dezenas de pessoas. E a sugerir que seu jovem vice, que lhe disse ser fiel a sua namorada, que não haveria problemas que tivesse amantes, desde que fosse discreto.

Intelectualmente, Serra é uma decepção. Já entraram para o folclore político brasileiro as bobagens que disse, em tom professoral, sobre a transmissão da gripe suína que aconteceria, segundo ele, quando alguém encosta o nariz no nariz de um porquinho. Ontem, no mesmo dia em que foi apresentado ao seu vice e lhe sugeriu ter amantes com discrição, Serra comentou a carga tributária brasileira que, segundo ele, está entre as maiores do mundo:

“Eu não estou comparando com a Suécia, com a Dinamarca, com a Finlândia, claro, são países com uma renda tão alta que todo mundo já consumiu, todo mundo já gastou no que tinha que gastar, aumenta índices de suicídio pela monotonia da vida, quer dizer, naturalmente tem uma carga tributária mais alta para o estado de bem-estar, para aposentadoria, para isso, para aquilo... Mas nos países emergentes a situação ainda não é essa, ainda há muita gente para entrar no mercado.”
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